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Bulimia: o que é, sintomas, causas
e tratamentos

Transtorno alimentar frequente entre jovens atinge pelo menos 15 milhões de pessoas no Brasil e é difícil de detectar

A bulimia é um transtorno alimentar, como a anorexia e a compulsão alimentar.

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, estima-se que mais de 70 milhões de pessoas no mundo – e pelo menos 15 milhões no Brasil – sejam afetadas por algum transtorno alimentar. Estes transtornos são caracterizados por padrões irregulares de comportamento alimentar, controle patológico do peso corporal e distúrbios na percepção da própria imagem.

Diferente da anorexia, na qual há a recusa na alimentação, a bulimia consiste em episódios de compulsão alimentar seguidos de “atos purgativos”, a fim de eliminar o suposto peso adquirido com o que foi ingerido – induzindo o vômito ou utilizando laxativos.

As causas e a influência
das redes

Os distúrbios alimentares se manifestam de forma expressiva em adolescentes que estão predispostos a essas doenças devido às alterações hormonais que ocorrem na puberdade e em neurotransmissores cerebrais. A bulimia também costuma se manifestar com mais frequência entre jovens adultos. Mulheres, em geral, são mais vulneráveis aos transtornos alimentares.

O uso excessivo de redes sociais é outro fator que influencia as preocupações alimentares, ao gerar comparações corporais excessivas e dar acesso a instruções de dietas radicais – o impacto da mídia social no comportamento alimentar de crianças e jovens é objeto de estudo desde o início do século 21.

A predisposição genética, pressões sociais e profissionais, bem como problemas familiares e situações estressantes são fatores que podem vir a provocar esse tipo de distúrbio. A aderência a dietas radicais também pode facilitar o desenvolvimento de bulimia.

Sintomas de bulimia

Tanto na anorexia quanto na bulimia, pacientes tentam controlar a ingestão de alimentos. No caso da bulimia, o consumo de muito comida em um curto período de tempo – o hábito de compulsão alimentar, que é considerado um transtorno à parte – gera uma sensação de descontrole e culpa.

Esse comer em exagero geralmente não é provocado pela fome, e sim por eventos estressantes. Os episódios de compulsão são seguidos de comportamentos erráticos para perder peso.

Por isso, os pacientes com bulimia costumam trancar-se no banheiro logo após as refeições para eliminar o que comeram ao provocar o vômito, fazer o uso de laxantes ou diuréticos. Outros comportamentos incluem jejuns prolongados e exercícios físicos em excesso.

Ainda são sintomas de bulimia:

• Mudanças bruscas de humor;

• Ansiedade e depressão;

• Baixa auto-estima;

• Fadiga e falta de energia;

• Sequência de rituais específicos
na hora de se alimentar.

Com isso, funções sociais, emocionais e cognitivas ficam prejudicadas. Os vômitos podem causar problemas dentários e inflamações no esôfago, no estômago e na boca, além de diminuir os níveis de potássio no sangue, aumentando o risco de arritmias cardíacas.

Outras complicações incluem a amenorreia (falta de menstruação), riscos maiores de desenvolver osteopenia, e até rupturas no estômago ou no esôfago. Se não tratada, a bulimia pode levar à morte.

Tratamento deve incluir círculo social e família

As pessoas que sofrem de bulimia tendem a ser mais conscientes do seu transtorno, o que gera culpa e sofrimento.

Pelo mesmo motivo, costumam esconder de amigos, parentes e médicos as formas que utilizam para perder peso, levando o distúrbio a permanecer desconhecido e dificultando o tratamento.

Por isso, deve-se ficar atento aos comportamentos de pessoas próximas que demonstram insatisfação frequente com o corpo, o peso e a própria alimentação. O medo excessivo de ganhar peso e a distorção da própria imagem são outros sinais de que a pessoa pode estar sofrendo de bulimia.

O tratamento deste e outros transtornos alimentares requer uma abordagem multidisciplinar, incluindo atendimento psicológico e psiquiátrico.

No atendimento primário, será feita uma entrevista para avaliar o comportamento alimentar e identificar a possibilidade de outros problemas patológicos, bem como comorbidades clínicas.

O uso de medicações e uma intervenção psiquiátrica mais intensa, como uma internação, são avaliados individualmente. Junto a isso, uma abordagem terapêutica visa mudar os hábitos alimentares, criando relações mais saudáveis com a comida e eliminando as estratégias purgativas.

FONTE: saude.abril.com.br

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